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Deputado Paes Landim (PTB) faz homenagem a Miltinho

O deputado federal Paes Landim (PTB-PI) fez ontem (19) um longo discurso na Câmara dos Deputados registrando a morte precoce do jornalista Milton Vasconcelos Filho, o Miltinho, chefe do Cerimonial do Ministério da Saúde, ocorrido sábado (17) em Campinas, São Paulo.

"É difícil apagar as imagens da sua bondade humana, da sua ternura com as pessoas, da sua simpatia e fidalguia", descatou Paes Landim, amigo pessoal de Miltinho e um dos que mais lamentaram a morte do jovem piauiense.




Leia na íntegra o discurso de Paes Landim:


O SR. PAES LANDIM (Bloco/PTB-PI. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu tinha por objetivo ocupar a Tribuna desta Casa, no dia de hoje, para, especificamente, me reportar à visita que esse incansável Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, um dos mais atuantes que o Brasil já teve, fizera ao Piau na última sexta-feira, 16 de dezembro. O Senhor Ministro esteve em Parnaíba, onde foi homenageado com o título de cidadania concedido pela Câmara Municipal daquela cidade. Na oportunidade, eu lhe fiz o apelo de que intercedesse junto ao Ministro Fernando Haddad sobre o grande sonho cultural de Parnaíba, vocacionada para ser a cidade universitária do Meio Norte do Brasil, que é a criação de sua Faculdade de Medicina.

Entretanto, Sr. Presidente, quis o destino que um dos integrantes da comitiva do Ministro Padilha, o chefe do seu cerimonial, Milton Martins Vasconcelos Filho, Miltinho, que no Piauí já integrara, com reconhecido brilhantismo, as equipes de cerimonial dos Governos Mão Santa, Wellington Dias e Wilson Martins, viesse a falecer aos 36 anos de idade, em São Paulo, no dia seguinte à solenidade realizada em Parnaíba, portanto, sábado, 17 de dezembro, quando acompanhava o Senhor Ministro da Saúde em solenidade oficial.

Miltinho era uma figura queridíssima no Piauí, todos os quadrantes de pensamento político, social, ideológico e cultural gostavam dele. Era uma figura suave e prestativa. No cerimonial de Governos de ideologias diferentes, comportou-se sempre com muita lhaneza, muita sobriedade, serenidade e galgava o respeito, a simpatia e o carinho de todas as pessoas que transitavam no Palácio de Karnak, sede do Governo do Estado do Piauí.

Iniciou-se no serviço público no decorrer do Governo Mão Santa, como assessor de imprensa da Secretaria de Indústria, Comércio, Ciência e Tecnologia. Depois, tornou-se auxiliar de D. Genú Moraes, como assistente de cerimonial, de onde galgou à posição de membro destacado das equipes de cerimonial dos Governos de Wellington Dias e Wilson Martins.

Interessado e estudioso, escreveu e publicou, como resultado de suas pesquisas históricas no Arquivo Público do Piauí, casa Anísio Brito, São Gonçalo de Batalha, um livreto contando a história de São Gonçalo, Padroeiro de Batalha, por ocasião do retorno de sua imagem à Igreja Matriz.de sua cidade natal.


Também publicou outros ensaios sobre Batalha, de tal forma, Sr. Presidente, que nos últimos meses que antecederam o trágico acontecimento de sua repentina morte, o ex-chefe do cerimonial do Ministério da Saúde preparava-se para lançar mais um livro, As Batalhas de São Gonçalo, uma cronologia atualizada e recheada de mais informações sobre a história de sua terra. Estava, por outro lado, arregimentando um grupo de pessoas para a criação da Fundação Instituto de Cultura de Batalha, com o objetivo de fomentar políticas públicas voltadas para o resgate das tradições culturais batalhenses.

Veja bem, um homem que desde jovem revelara um amor imensurável por sua pequena cidade natal, Batalha, preocupação que se manteve inalterada mesmo quando mudou-se para Brasília, para assumir a Chefia do Cerimonial do Ministério da Saúde, por escolha pessoal do Ministro Alexandre Padilha, que desde cedo percebera existir, naquele jovem piauiense, sempre risonho, sempre amável com todos, um profissional dedicado, brilhante, de elevada responsabilidade e rara inteligência.

Sr. Presidente, por oportuno, peço a transcrição nos Anais desta Casa, de comovente depoimento publicado em portal do Piauí, por seu ex-colega de trabalho no cerimonial do Governo do Piauí e seu conterrâneo de Batalha, Cleiton Amaral Rodrigues: Milton Filho – Momentos Felizes, que retrata perfeitamente a personalidade, a alma, do nosso Miltinho. Lembra Cleiton Amaral que Pablo Neruda, em um dos seus belos poemas, elenca os critérios para dizer quem são as pessoas que realmente morrem. Na primeira frase da sua crônica, Neruda afirma que “Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não encontra graça em si mesmo”. Miltinho não só viajou, mas sempre trouxe em sua mala os produtos das amizades que construía, dos sorrisos que cativava e de uma autoestima invejável contrabalançada com sua vontade sempre presente de ajudar os outros. Nesse aspecto talvez morasse um lado negativo seu de nem sempre se deixar ajudar; por outro lado, nunca destruía o seu amor próprio. Se o poeta citou primeiramente que morre quem não lê e quem não ouve música, pois ele cantava e escrevia.
Sr. Presidente, Miltinho possivelmente era unanimidade no Estado do Piauí. E o Ministro Padilha demonstrou um gesto de muita grandeza ao trazer esse piauiense simples, mas trabalhador, evidentemente intenso para cumprir suas obrigações, tanto é que morreu aos 36 anos de idade, Sr. Presidente, razão por que deixou com saudades imensas seus amigos do Piauí, entre os quais eu me incluía, com muito orgulho.

É difícil apagar as imagens da sua bondade humana, da sua ternura com as pessoas, da sua simpatia e fidalguia. Ao prestar-lhe essa merecida homenagem, quero aqui expressar os meus sentimentos de condolências aos seus familiares de Batalha, à sua mãe querida, que ontem abraçou emocionada o Ministro Padilha, que fez o grande gesto de levar o corpo de seu chefe de cerimonial ao Piauí.

Quero aqui transmitir a todos os seus familiares e amigos todo o sentimento da nossa imensa dor, e ao mesmo tempo parabenizar o Ministro Padilha pelo seu gesto singular de solidariedade e demonstração de amizade e apreço, ao cancelar todos os seus compromissos oficiais do último final de semana, com o intuito de acompanhar o traslado do corpo do seu ex-auxiliar e amigo pessoal, até Teresina.

Sr. Presidente, Miltinho era uma unanimidade, uma raridade humana. Era dessas pessoas especiais que, infelizmente, passam como um raio, na vida e na Terra. Muito obrigado, Sr. Presidente".
 
PortalAz

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