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A produção dos Vereadores, Por Pe. Leonardo Sales

Lendo a matéria do site folha de Batalha (07 Projetos Apresentados em 10 Meses! Esse é o Resultado do Trabalho dos Vereadores de Batalha). Postada em 01/11/2011 às 02h17min não é difícil de cabeça fazer uma matemática de Jeca. Se são nove os que nos representam na câmara municipal, e só sete apresentaram algum projeto, logo com uma lógica também de Jeca, ou leia-se simplista: se chega a triste conclusão: Não dá um projeto por vereador em quase um ano de trabalho. Porém, se a matemática fosse outra não seria de Jeca, quanto com dinheiro público foi gasto com cada vereador, também logo se chegaria a uma matemática não de Jeca, ou seja, de bobo: muito dinheiro.

Sou a favor que o salário seja condizente com a produção. É assim que acontece com os trabalhadores braçais, quanto mais produzem mais deveriam ganhar, porque não aplicamos isto a nossa casa legislativa municipal? fica a pergunta como sugestão de um projeto de lei, a quem ainda não apresentou nenhum. Que tal transformar em lei o que a consciência não é capaz de cobrar, ou seja, ganhar sem merecer! É sabido por muitos que o nosso país é um dos únicos do mundo que paga salário à classe dos vereadores. Será que é uma boa, ou no mínimo uma razoável aplicação ou investimento?

Que nenhum cidadão se derrame em agradecimentos pelos poucos feitos de nossos vereadores. Pois, ninguém agradece ao padre por ele rezar a missa, ele não faz mais que a obrigação dele. Deixemos para agradecer ao padre quando ele rezar excepcionalmente bem a missa!

Ser vereador no Brasil é prêmio da loteria eleitoral. O eleito comparece uma ou duas vezes por semana à Câmara Municipal e, graças ao cargo, dedica o resto do tempo ao que lhe dá na telha. Uns poucos se interessam de fato pela cidade; outros cuidam de seus negócios pessoais; e há ainda os que preferem a ociosidade bem-remunerada, turistando mundo afora à custa do contribuinte e do erário público

(...) E uma avassaladora lista de candidatos estará de olho no mandato de vereador. Uns porque, imbuídos de espírito cívico, aspiram sinceramente servir à população. Outros sonham em ganhar sem trabalhar.

Não tenho duvidas quanto às criticas que foram feitas a este artigo. Sei dos perigos da opinião e da crítica. Por isso mesmo, repeti acima propositalmente brevemente dois pequenos parágrafos que escrevi em um artigo cujo título provocativo nos chama a uma reflexão: “Porque não podemos ignorar”. Menos de um mês de sua publicação, começam a chegar as respostas. “Porque não podemos ignorar”, por esta e outras realidades, é que não podemos ignorar, nem tão pouco cometer o pecado de silenciar. Como fazem muitos de nossa terra, por medo, que me dizem: “olha padre eu gostei do seu artigo”, ou ainda “parabéns, não fiz um comentário abaixo da matéria, por que não posso me comprometer”. Nossa cidade não melhorará enquanto existir estas atitudes dos medrosos, cúmplices e apegados às antigas mentalidades subservientes e que vendem suas consciências, qual uma penca de banana numa feira de sábado na praça do mercado. O exercício da crítica é uma atividade sadia, na vida social e política de uma comunidade civilizada. Graças a Deus e a tanta gente que foi torturada no regime militar de nosso país, temos hoje o direito constitucional de manifestar a nossa opinião sobre isto ou aquilo, sagrado direito dado até a Adão e Eva, quando pecaram no paraíso.

Aos que se calam covardemente lembrem-se: para fazer a omelete é preciso quebrar os ovos. Mas não se exige sujar as mãos. Ou seja, não podemos ignorar os fatos, fingir que não sabemos, ou dizer este não é um problema nosso.

Nos tempos atuais são dois os grupos que se interessam por política: aqueles que querem dominar e aqueles que não estão satisfeitos com a sociedade. Se você não é nenhum deles, fique “feliz”! Pelo menos você não é massacrado pela opinião pública. E ainda pode fingir que é uma boa pessoa. Afinal, você “não ganha sem trabalhar”.

Infelizmente, – e os políticos honestos que me desculpem, pois tento acreditar que eles possam existir – somos comandados por falsos sábios oportunistas. Platão deve se revirar no túmulo, logo ele, que não acreditava na democracia e julgava que nossa sociedade deveria ser comandada por sábios. Mas não existem sábios no capitalismo. Karl Marx bem sabe. Existem espertos – aqueles que estão favoráveis a sua, a minha, a toda e qualquer alienação.

Mas, eu não sou ninguém. “Sou só um dito cidadão respeitável...” (canção “Ouro de tolo” de Raul Seixas) que tenho o título eleitoral número: 214689615-62, que voto na zona 045 e na seção 0043 no município de Batalha. Neto de dona Tereza do finado Chicó, cuja família nunca teve oportunidades políticas em que todos os filhos tiveram que migrar para algum grande centro para trabalhar e sobreviver.

Continua o poeta-filósofo, grande Raul Seixas:

“É você olhar no espelho se sentir um grandessíssimo idiota, saber que é humano ridículo, limitado que só usa dez por cento de sua cabeça animal...

E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial que está contribuindo com sua parte
para o nosso belo quadro social...”

Mas, eu não sou ninguém.

Só mais um ser humano substituível, como diria Lefèbvre. Um homem que pouco antes de sua morte declarou: “Devo continuar o meu combate pela teoria? Por vezes, pergunto-me se perdi o meu tempo”.

Sorte deles de Raul Seixas e de Lefèbvre que não estão aqui para ver. Azar o nosso!

Pe. Leonardo de Sales

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