O dia 31 de dezembro encerra o ano e assinala a cada um de nós, batalhenses, desde tempos antigos a procissão dos vaqueiros em Batalha, para além da curiosidade pessoal, sempre alimentada, pois desde menino ia ao patamar da matriz para ver com muita atenção e grande emoção a bênção dos vaqueiros, mas sempre insatisfeito, em relação a pouca atenção que os vaqueiros recebiam, seja pela organização sempre precária à altura do que o evento simboliza e significa, quer seja pela insensibilidade de muitos ao que se passava. Este dia sinaliza o fim de um ciclo e início de outro, o vaqueiro une ao seu aboio as suas angústias e suas esperanças, proclama ao seu modo, qual Evangelho, as notícias de sua vida sofrida e suas teimosias, este dia simboliza o grito de sobrevivência e a oração de agradecimento pelo inverno que passou e na garganta o pedido a Deus que das nuvens chovam águas para não morrer o gado de sede e o pasto não faltar! Na complexidade que é o amor e o amar a vida no sertã...