Desde muito tempo que a história deixou de ser um mero registro de nomes e datas, para ser um estudo do significado das manifestações de um povo situando seus comportamentos e atitudes dentro de um processo evolutivo das instituições e discursos. Lendo e analisando o conteúdo do artigo do Pe. Leonardo de Sales, tive vontade de fazer um comentário, mas preferi compartilhar com todos uma opinião, na medida em que sinto-me também responsável por esclarecer o povo de minha terra sobre o real sentido de tão importante momento que são os Festejos de São Gonçalo.
Hoje não dá mais para dizer que estudamos, entendemos ou vivemos a cultura Batalhense sem entender pelo menos o significado básico das festas de São Gonçalo; mesmo quem não é católico não deixa de viver a essência da comemoração que está impregnada em nossa memória das mais diferentes formas dando um significado próprio a quem organiza, celebra, participa, ou mesmo quem apenas assiste mas em hipótese alguma, deixa de ser um elemento importante de uma manifestação cultural que já é a própria face do povo de Batalha.
Estar atento apenas à agenda dos shows é, portanto, um risco de nos tornarmos elementos ausentes dessa rica cultura da nossa terra. Não estou aqui fazendo uma apologia à clausura ou ao fato de que não devemos dançar, brincar, sorrir, namorar, mas proclamar nos cenários festivos a prostituição, a violência, a normalidade do consumo de álcool como símbolo da virilidade e a prática desregrada do sexo como sinônimo de uma precoce maturidade, é o próprio fim de uma civilização. Por isso, entender a festividade de São Gonçalo nessa perspectiva é o fim da nossa cultura, da nossa história, da nossa identidade e da nossa personalidade.
Como disse Pe. Leonardo, as manifestações profanas fazem parte da “própria dimensão social da festa”, mas da forma de como ocorrem hoje, rompem com o total sentido do que é próprio de uma cultura ou daquilo que caracteriza verdadeiramente os ensinamentos de Jesus. Ensinamentos que estão, inclusive, entre católicos e protestantes, afinal, seguem o mesmo Deus e são o alicerce da sociedade desde a concepção da base principal de uma civilização que é a família, até os preceitos jurídicos fundamentais para uma convivência harmoniosa que seguem os nobres valores da cristandade. Estar alheio a isso é, portanto, contribuir para a construção de um caos social e entender a solução dos futuros problemas que surgem como conseqüência disso, numa perspectiva cada vez mais violenta e destrutiva.
Enfim, aquilo que nos faz esse povo acolhedor, sorridente, certamente não foi aprendido nos ambientes nos quais querem transformar as festas de São Gonçalo. Por isso ao adentrarmos no vazio cultural dessas manifestações estaremos fadados a, num futuro próximo, sermos situados apenas como elementos de uma macro-história, numa conjuntura social, econômica e política que nos levará a esquecer quem realmente somos.
Por isso as festividades de São Gonçalo somos nós. Independente da religião que você segue, mesmo que não freqüente as celebrações católicas da nossa cidade, quem é batalhense está inserido em uma conjuntura histórica que é impossível compartilhar de uma identidade comum sem dizer que vive, mesmo que indiretamente, as manifestações relacionadas à festa do Padroeiro São Gonçalo que já caracterizam a própria cultura Batalhense.
Cleiton Amaral Rodrigues
Professor e Historiador Batalhense
Hoje não dá mais para dizer que estudamos, entendemos ou vivemos a cultura Batalhense sem entender pelo menos o significado básico das festas de São Gonçalo; mesmo quem não é católico não deixa de viver a essência da comemoração que está impregnada em nossa memória das mais diferentes formas dando um significado próprio a quem organiza, celebra, participa, ou mesmo quem apenas assiste mas em hipótese alguma, deixa de ser um elemento importante de uma manifestação cultural que já é a própria face do povo de Batalha.
Estar atento apenas à agenda dos shows é, portanto, um risco de nos tornarmos elementos ausentes dessa rica cultura da nossa terra. Não estou aqui fazendo uma apologia à clausura ou ao fato de que não devemos dançar, brincar, sorrir, namorar, mas proclamar nos cenários festivos a prostituição, a violência, a normalidade do consumo de álcool como símbolo da virilidade e a prática desregrada do sexo como sinônimo de uma precoce maturidade, é o próprio fim de uma civilização. Por isso, entender a festividade de São Gonçalo nessa perspectiva é o fim da nossa cultura, da nossa história, da nossa identidade e da nossa personalidade.
Como disse Pe. Leonardo, as manifestações profanas fazem parte da “própria dimensão social da festa”, mas da forma de como ocorrem hoje, rompem com o total sentido do que é próprio de uma cultura ou daquilo que caracteriza verdadeiramente os ensinamentos de Jesus. Ensinamentos que estão, inclusive, entre católicos e protestantes, afinal, seguem o mesmo Deus e são o alicerce da sociedade desde a concepção da base principal de uma civilização que é a família, até os preceitos jurídicos fundamentais para uma convivência harmoniosa que seguem os nobres valores da cristandade. Estar alheio a isso é, portanto, contribuir para a construção de um caos social e entender a solução dos futuros problemas que surgem como conseqüência disso, numa perspectiva cada vez mais violenta e destrutiva.
Enfim, aquilo que nos faz esse povo acolhedor, sorridente, certamente não foi aprendido nos ambientes nos quais querem transformar as festas de São Gonçalo. Por isso ao adentrarmos no vazio cultural dessas manifestações estaremos fadados a, num futuro próximo, sermos situados apenas como elementos de uma macro-história, numa conjuntura social, econômica e política que nos levará a esquecer quem realmente somos.
Por isso as festividades de São Gonçalo somos nós. Independente da religião que você segue, mesmo que não freqüente as celebrações católicas da nossa cidade, quem é batalhense está inserido em uma conjuntura histórica que é impossível compartilhar de uma identidade comum sem dizer que vive, mesmo que indiretamente, as manifestações relacionadas à festa do Padroeiro São Gonçalo que já caracterizam a própria cultura Batalhense.
Cleiton Amaral Rodrigues
Professor e Historiador Batalhense
Fonte: FolhadeBatalha.Com
Comentários