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DONA FLORIPES: UM MARCO NA HISTÓRIA BATALHENSE, por Raimundo Dutra

(Raimundo Dutra - Bidoca)
Floripes do Rego Pires é uma mulher de muita garra. Sempre disposta, trabalhou de forma incansável pela educação no município de Batalha. Suas ações promoveram a evolução educacional batalhense. Seu empenho e persistência são marcas fortes na busca de uma rede escolar que atenda a todos de forma gratuita. É inevitável falar na educação batalhense sem falar em Dona Floripes, uma mulher à frente de seu tempo, que marca a história de Batalha pelo dinamismo com que participa da vida social e política do município.

Em minha recente estada em Batalha conversei demoradamente com Dona Floripes, o que sempre é um grande prazer devido ao bom trato, polidez, gentileza e carinho com que me trata desde que eu era criança. Como sempre, tratamos sobre nossa vida. Eu, relatando os últimos acontecimentos da minha trajetória e, ela, me contando sobre seu cotidiano e trazendo à tona alguns aspectos de sua história, que pedi autorização para contar aos meus caros leitores aqui no blog. Por ainda estarmos próximos ao dia do professor, profissão que Dona Floripes concede dignidade ao exercê-la, e por tencionar prestar uma homenagem aos que fazem dessa profissão um exercício diário de busca, aprendizagem e realização, considero extremamente válido e oportuno trazer aos meus caros amigos alguns pontos da vida desta batalhense que nos orgulha pelo exemplo de trabalho, dedicação, esforço e dinamismo, ressaltando aspectos de sua vida pessoal, profissional e política. A seguir, vocês podem conferir um pouco da história dessa mulher batalhense que é sinônimo de trabalho.
Dona Floripes iniciou sua carreira como professora em 1942, aos 16 anos de idade, na Escola Santa Teresinha, na localidade Monte Alegre, em Batalha - Piauí, trabalho que realizou voluntariamente durante seis anos. Em 27 de dezembro de 1948 foi nomeada professora efetiva do Governo do Estado do Piauí pelo ex-governador Chagas Rodrigues
Fez Curso Superior em Pedagogia na Universidade Federal do Piauí. Especializou-se no ensino de Psicologia, Sociologia e Filosofia.
Foi funcionária da Prefeitura de Batalha por vários anos, até ser afastada de suas atividades no final da década de 70.
Exerceu suas funções docentes no Ginásio da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade - CNEC, quando era diretora da unidade de ensino a professora Maria do Carmo Melo. Também foi diretora do Ginásio da CNEC e fazia o percurso do Monte Alegre para a sede do município a cavalo.
Exerceu durante dois mandatos o cargo de Secretária Municipal de Educação.
Fundadora e primeira diretora da Creche Mãe Sinharinha, no bairro Vila Kolping.
Fundadora da Unidade Escolar Dirceu Arcoverde, sendo a primeira diretora da unidade. A U. E. Dirceu Arcoverde foi a primeira escola pública, pertencente ao Governo do Estado, a ofertar o ensino de 5ª a 8ª séries em Batalha. Até então, esse nível de ensino era ofertado pela CNEC, que era mantida através das mensalidades pagas pelos alunos.
Exerceu grande influência e lutou de forma incisiva para a instalação da Escola Normal Municipal Dedila Melo, no final da década de 80, escola de formação para o magistério que impulsionou a educação no município de Batalha e nos municípios vizinhos. Na Escola Normal, foi diretora e professora de Psicologia, Sociologia e Filosofia. Até então, os estudantes batalhenses estudavam na Escola José Nogueira de Aguiar, em Esperantina, fazendo o percurso nas carrocerias de caminhão, o conhecido “pau de arara”.
Fundadora e primeira diretora do Ensino Médio Conselheiro Saraiva, onde fundou também uma biblioteca que recebeu o nome de Nelson Pires, seu irmão que era advogado. Doou grande parte de seu acervo particular para a referida biblioteca.
Foi Supervisora Generalista de Ensino durante quatro anos.
Foi vereadora por 3 mandatos, o último sendo exercido na legislatura 89-92. Também foi Vice-prefeita por dois mandatos, nas gestões dos Prefeitos Aluízio Craveiro e Antonio Machado Melo. Foi a primeira e única mulher a assumir a Prefeitura Municipal de Batalha, fato ocorrido durante um mês, por ocasião de licença para tratamento de saúde do então prefeito Antonio Machado Melo.
Como prefeita tinha expediente diário na prefeitura e sua agenda era organizada da seguinte forma: às segundas-feiras, atendimento interno; às terças e quartas-feiras, atendimento às pessoas da zona rural; às quintas e sextas-feiras, atendimento às pessoas da cidade. Criou o Programa Bom Dia Diário, onde todos os dias, no início da manhã, se reunia com os funcionários da sede da prefeitura para conversar sobre a pauta do dia e assuntos do cotidiano. A população acompanhava esse momento através de uma amplificadora instalada em um poste em cima do prédio da prefeitura. Também instalou o Programa Mulheres Varredoras, em que abriu frente de trabalho para as mulheres, que varriam as ruas e recebiam um salário que em muito contribuía para o orçamento familiar. Aos homens, concedeu a oportunidade da batição das estradas. Na área da saúde criou o SOS Saúde, um programa em que a ambulância ia três vezes por semana a Teresina levando pessoas para atendimento médico.
Na última gestão do ex-prefeito Antonio Lages Alves, seu irmão, Dona Floripes trabalhou na Secretaria Municipal de Educação.
Atualmente com 84 anos, Dona Floripes possui três filhos: Fernanda, Luzia e Custódio. Tem três netos e um bisneto. Demonstra ter muita disposição para o trabalho e faz afirmações enfáticas acerca da situação educacional em todos os âmbitos, deixando clara uma perspectiva bastante atual sobre a realidade educacional e política. Sua garra e dedicação, traços de destaque em sua vida, fizeram com que essa mulher, que é exemplo de dinamismo e trabalho, hoje seja uma marca na história educacional, social e política de Batalha.


Disponível em: http://www.raimundodutra.blogspot.com/

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